Nutrição Clínica e Funcional - Atendimento em Maringá (3024-2781) e Marialva (3232-3651)
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Você já parou para analisar quantos livros de dieta surgem a todo o momento, revistas prometendo quilos a menos, alguns falando faça isso, corte aquilo? Não é por menos que os indivíduos possuem inúmeras dúvidas a respeito do que comer, sofrem com dietas malucas e deixam de manter a saúde no topo.
Desculpe-me dizer, mas você deve pensar que sua saúde têm que estar no topo, em qualquer idade.
A dieta da revista não lhe dirá como manter o controle em dias de ansiedade, não lhe dirá como manter todo o peso eliminado, não lhe ensinará o mínimo sobre fisiologia e anatomia humana.
Seu metabolismo deve se manter ativo, infelizmente muitos dizem para manter um consumo de água, por exemplo, sem saber ao certo o motivo. Quando você entende o por que realiza tal atitude, as coisas ficam mais lógicas.
Pense em se manter sempre ativa (o), com peso saudável. Dietas prontas são baseadas a curto prazo. Ainda, você corre o risco de perder músculo ao invés de gordura. Uma perda de tempo. Otimize seu tempo!
Ainda mais, cortando um determinado grupo de alimentos completamente você pode deixar de obter nutrientes essenciais, vitaminas e minerais, que seu corpo necessita para funcionar, protegê-lo contra as doenças e envelhecimento precoce.
Algumas dietas da moda são baseadas em comer um único alimento ou refeição, como a dieta da "banana verde", "banana madura". Brincadeiras a parte, onde estão os alimentos de sua preferência e o prazer das refeições nestas horas? Onde estão as evidências que garantem sua saúde?
Muitos pacientes que realizam dietas da moda perdem muitos fios de cabelos, ficam com as unhas fracas, pele ressecada, sentem-se deprimidos, cansados, com graves problemas circulatórios, sem contar nas doenças tipicamente carênciais, como a anemia ferropriva.
Mas tenho certeza que você quer manter sua saúde no topo!
Pequenas alterações na sua dieta pode ajudar você a atingir um peso saudável, e ainda existem muitas formas de incluir a atividade física em sua rotina. Exercícios só não gastam calorias, como também protegem contra doenças.
Nutricionista Clínica e Funcional
CRN8 6802
Fonte: Parte do texto Dietas radicais afetam a saúde e não mantêm peso, dizem especialistas, G1, 2011.
Por que é difícil fazer dieta?
Com certeza essa é uma pergunta que muitas pessoas já se fizeram. E não é só questão de força de vontade, como muitos podem achar. A seguir é apresentada parte de uma possível explicação para essa pergunta.
Quando as pessoas fazem dieta, é comum que fiquem longos períodos de tempo sem se alimentar ou comendo quantidades muito pequenas de alimentos. Essas condições, para o corpo, muitas vezes são reconhecidas como um “pequeno jejum”, fazendo com que a utilização dos nossos substratos energéticos seja alterada. O corpo passa a utilizar, como fonte de energia, mais as gorduras do que a glicose do sangue – que o corpo tenta poupar por ela já se encontrar em concentrações diminuídas devido à baixa ingestão de alimentos na dieta.
Aparentemente, pode parecer interessante que o corpo utilize mais gordura como fonte de energia. Porém, não se pode esquecer que, além das reservas de gordura, o corpo também passa utilizar as proteínas – inclusive dos músculos – para compensar a falta de energia que o corpo não está recebendo da alimentação. Logo, haverá uma perda de massa magra que não é desejável.
Somado a isso, um estudo publicado no periódico Cell Metabolism, ainda no mês de agosto desse ano, mostrou que existem neurônios específicos no sistema nervoso central que são capazes de perceber esse aumento na utilização de gorduras pelo corpo durante períodos de jejum. Quando há esse reconhecimento, alguns neurônios específicos começam a produzir e liberar uma substância chamada AgRP (Agouti-Related Peptide), a qual será responsável por levar o indivíduo a um estado de hiperfagia (consumo alimentar excessivo), exatamente para tentar compensar a falta de alimentos que há durante o jejum.
Além disso, outros estudos têm demonstrado que o AgRP ainda é capaz de reduzir o gasto energético, o que, junto com um consumo alimentar aumentado, contribui de forma direta para o aumento de gordura e de peso corporal. E, para piorar a situação, também já foi evidenciado que o efeito do AgRP no aumento do consumo alimentar e na diminuição do gasto energético é capaz de durar muitas horas ou até dias após a liberação dessa substância pelos neurônios.
É verdade que pessoas que decidem fazer dietas, na maioria das vezes, não chegam a um estado de jejum verdadeiro. Ou seja, os efeitos do sistema nervoso sobre o aumento do consumo alimentar e sobre a diminuição do gasto energético ainda sim acontecerão, só que numa intensidade menor do que alguém que permaneça em jejum prolongado, por exemplo. E esse é o nosso corpo, sempre tentando manter a homeostase (equilíbrio).
A realização de mais estudos para compreender o exato mecanismo de ação desse processo que ocorre a partir do sistema nervoso pode ser importante para futuros tratamentos de doenças que ocorrem ou que são agravadas pelo aumento do consumo alimentar e da adiposidade nos indivíduos, como a obesidade e a síndrome metabólica, por exemplo.
Concluindo, pode-se dizer que essa é uma das inúmeras barreiras que podem ser encontradas quando o assunto é fazer dieta. É uma tarefa difícil porque, independentemente da “vontade” das pessoas, o nosso corpo ainda consegue nos “sabotar” e pede para que a nossa ingestão de alimentos seja aumentada. Ou seja, não basta apenas uma drástica redução na ingestão de alimentos ou períodos prolongados sem se alimentar para a redução do peso corporal.
Por isso, é sempre importante consultar um nutricionista capacitado a pensar em estratégias para um emagrecimento efetivo e saudável, e trabalhar o emagrecimento não através de uma dieta, mas sim, de uma reeducação alimentar individualizada.
Evellen Lima
Nutricionista - CRN8 6802
Atendimento na Bella Company - Beleza e Nutrição
Avenida Américo Belay, 1410 - Jardim Imperial
3024-2781 / 9941-5530
Referências:
1. Kaushik et al. Autophagy in Hypothalamic AgRP Neurons Regulates Food Intake and Energy Balance. Cell Metabolism 2011; 14(2):173-183.
2. Stanley et al. Hormonal regulation of food intake. Physiol Rev. 2005; 85:1131-1158.
sábado, 27 de agosto de 2011
Em 2010 a regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e metabologia (SBEM-SP) criou a Campanha Contra os Desreguladores Endócrinos, com slogan ”Diga não ao bisfenol-A, a vida não tem plano B” para fomentar a sociedade com informações com objetivo de prevenção. Como primeira ação realizou o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania na Sede do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Para isso criaram um grupo de Trabalho em Desreguladores Endócrinos, para estudar os efeitos de tais disruptores sobre a saúde humana. Tema até então muito negligenciado pelos endocrinologistas brasileiros.
Inúmeros países estão proibindo a comercialização de produtos à base de BPA e a discussão chegou ao Brasil.
Mas afinal, o que é o Bisfenol-A ou BPA?
O Bisfenol-A (BPA) é um composto utilizado na fabricação do policarbonato, um tipo de plástico rígido e transparente. Serve para diluir a resina de poliéster a fim de torná-la mais líquida e facilitar sua laminação.
Onde está presente?
O BPA está presente em recipientes de alimentos e bebidas, como mamadeiras, embalagens plásticas e copos infantis. Além disso, pode ser encontrado no revestimento interno (forro) de enlatados (para evitar a oxidação), garrafas reutilizáveis de água (do tipo squeeze) e garrafões de água mineral. Também é encontrado em uma variedade de produtos, incluindo lentes de óculos, CDs e DVDs, computadores, eletrodomésticos, ferramentas pesadas, equipamentos esportivos, equipamentos médicos. As resinas epóxi são facilmente formadas e resistem a químicos, o que fazem delas úteis em produtos tais como placas de circuito impresso, tintas e adesivos, selantes dentais e película de revestimento interno de latas de metal. Os produtos plásticos compostos por BPA, comercialmente produzidos desde a década de 50, tornaram-se onipresentes devido a resistência de seus fragmentos, transparência visual e por ter alta resistência ao calor e à eletricidade.
O BPA pode ser considerado fator de risco para diversas doenças?
Sim, diversas patologias (inúmeros estudos tem mostrando essa correlação pelo menos in vitro). A questão é que com o tempo ou quando aquecido, a colagem que conecta os blocos feitos com o BPA, deteriora, liberando moléculas de BPA. A quantidade liberada é realmente muito baixa, mas os plásticos estão tão dispersos, presentes nas mamadeiras infantis, nas garrafas d’água, nas latas de metal para alimentos, nas embalagens para estocar alimentos, que a população está constantemente sendo exposta a estas pequenas contaminações. Ou seja, vai acumulando.
Num estudo de 2003-2004, feito pelo CDC/U.S. Centers for Disease Control (Centro de Controle de Doenças dos EUA, equivale ao Ministério da Saúde brasileiro), perto de 93% das pessoas testadas, com idade de 6 anos e acima, tinham BPA detectável em suas urinas; as fêmeas tinham níveis um pouco mais altos do que os machos.
Em num novo estudo (Use of Polycarbonate Bottles and Urinary Bisphenol A Concentrations) da Harvard School of Public Health (HSPH) pesquisadores descobriram que os participantes que, ao longo de uma semana, beberam em garrafas de policarbonato , comumente usado garrafas plásticas e mamadeiras, apresentaram um aumento de dois terços do BPA na urina. O estudo é o primeiro a demonstrar que beber em garrafas de policarbonato (em garrafas plásticas o policarbonato pode ser identificado pelo código de reciclagem número 7) aumenta o nível de BPA na urina. Estudos anteriores já haviam demonstrado que ferver garrafas plásticas acelera a liberação de substâncias tóxicas, mas este novo estudo elaborado por Harvard demonstra que isto também ocorre durante o consumo de líquidos frios. Para acessar o estudo: http://www.ehponline.org/members/2009/0900604/0900604.pdf
Um outro estudo recente e publicado pela Universidade da California, mostrou que 96% das gestantes estudas na California, apresentavam BPA na urina. Para acessar: http://ehp03.niehs.nih.gov/article/fetchArticle.action?articleURI=info%3Adoi%2F10.1289%2Fehp.1002727
Numerosos estudos têm mostrado que o BPA age como um disruptor endócrino, incluindo o início precoce da maturação sexual, desenvolvimento e tecidos alterados na organização da glândula mamária e diminuição da produção espermática. Pode ser mais prejudicial nas etapas de desenvolvimento precoce. Isso que tem chamado a atenção dos endocrinologistas.
Mas afinal o que é um disruptor endócrino?
O próprio nome já diz, é uma substância química semelhante a um hormônio que promove alterações no sistema endócrino (mimetiza (imita) hormônios, se liga a receptores hormonais, ativa substâncias hormônio-dependentes). Inúmeros são os disruptores endócrinos, para ler mais visite o link: http://www.ecologiamedica.net/2010/06/disruptores-endocrinos-no-meio-ambiente.html
BPA e patologias
Diversos estudos científicos têm encontrado efeitos notáveis da exposição perinatal do BPA, que incluem:
1) Alterações no desenvolvimento da próstata e da glândula mamária;
2) Hiperplasia intraductal e lesões pré-neoplásicas da glândula mamária na idade adulta;
3) Alterações no útero e ovário;
4) Alterações ligadas ao dimorfismo sexual no adulto;
5) Alterações comportamentais, tais como hiperatividade, aumento de agressividade e déficit de atenção;
6) Alterações no comportamento sexual;
7) Aumento da susceptibilidade ao vício de drogas.
8) Alterações tireoideanas
Embora os riscos inerentes à exposição ao BPA sejam no desenvolvimento fetal, bebês, crianças e mulheres grávidas, há também uma grande preocupação com os efeitos dessa substância em adultos.
Tem sido relatado em estudos científicos que o bisfenol-A pode estar relacionado com doença cardiovascular, diabetes, obesidade e disfunção hepática.
Os principais estudos realizados até o momento mostram que o BPA pode se ligar a 3 principais receptores:
1) receptores estrogênicos (levando a produção de estrogênios: estradiol, estriol, estrona),
2) receptores androgênicos (levando a produção de testosterona , dehidroepiandrosterona (DHEA), androstenediona (Andro), dihidrotestosterona (DHT):
3) Receptores dos hormônios tireoideanos (levando a mimetizar a ação dos hormônios tireoideanos que são o Triiodotironina (T3) e a Tetraiodotironina (T4).
Ao se ligar a um receptor pode ter uma maior ou menor afinidade, além de se ligar de forma incompleta e com isso não ocorrer uma ativação semelhante aos hormônios naturais. Tais ativações podem levar ao surgimento de inúmeros distúrbios, principalmente hormonais. Por isso o BPA é considerado um disruptor endócrino (ou desregulador).
Vejamos abaixo alguns estudos:
Distúrbios metabólicos: Em 2008 o American Journal of American Medical Association publicou um artigo sobre os riscos metabólicos do BPA. Para acessar: http://jama.ama-assn.org/content/300/11/1353.full
Obesidade: Foi mostrado, através de dados do National Health and Nutrition Survey (NHANES) 2003/04 que altas concentrações de BPA estavam associadas com diagnóstico de doenças cardiovasculares e diabetes. Sendo lipofílico, pode ser armazenado no tecido adiposo. Uma vez que a obesidade torna-se epidêmica e que fatores ambientais estão fortemente ligados a esses dados, acredita-se que o BPA possa estar fortemento ligado. O BPA é comumente descrito pela sua atividade estrogênica. Além de se ligar aos receptores nucleares de estrógeno alfa e beta, ele interage com uma série de outros receptores de estrógenos não clássicos, alguns com alta afinidade. Ele também atua como antagonista de receptor de andrógenos e interage com receptores de hormônios tireoidianos. Alguns estudos em animais já conseguem traçar um caminho para o entendimento da relação do BPA com a obesidade. Doses muito baixas oferecidas a animais durante o desenvolvimento exercem alguns efeitos. Ratos e camundongos mostraram peso corporal aumentado quando expostos a baixas dosagens de BPA no período pré-natal e neonatal. Alguns resultados mostram que esse aumento no peso é relacionado ao gênero, ao passo que outros relatam efeitos em ambos os sexos. Essa diferença pode estar relacionada com o tempo de exposição e com a dose.
Estudos in vitro com BPA fornecem evidências de seu papel no desenvolvimento da obesidade, podendo sugerir alvos específicos. O BPA faz com que as células 3T3-L1 (fibroblastos de camundongos que podem se diferenciar em adipócitos) aumentem sua taxa de diferenciação, e em combinação com a insulina, acelera a formação de adipócitos. Outros trabalhos in vitro mostram que baixas doses de BPA prejudicam a sinalização do cálcio nas células pancreáticas, atrapalham o funcionamento da célula beta e causam resistência à insulina. Baixas dosagens experimentais também podem inibir a síntese de adiponectina e estimular a liberação de adipocinas inflamatórias como interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) do tecido adiposo humano, sugerindo seu papel na obesidade e síndrome metabólica.
Entretanto, estudos com humanos ainda são escassos e a amostragem utilizada é pequena. Um estudo com 296 italianos mostrou que a excreção diária de BPA associou-se com aumento de concentração sérica de testosterona total em homens. Porém, outro estudo analisou a relação entre hormônios tireoidianos e reprodutivos e concentração urinária de BPA em 167 homens em uma clínica de infertilidade. Observou-se relação inversa entre concentração de BPA e índices de testosterona livre, estradiol e hormônio tireoestimulante (TSH). Quando os níveis de hormônios androgênicos foram avaliados em mulheres eumenorreicas, mulheres com SOP e homens, observou-se diferenças entre os gêneros, possivelmente devido à diferença nos níveis de atividade da enzima relacionada ao androgênio. Ainda, demonstrou-se que concentrações sérias de BPA estavam associadas com aumento dos andrógenos, o que não ocorreu com níveis de estradiol, hormônios luteinizantes (LH) e folículo estimulante (FSH). Dados parecidos foram encontrados por Takeuchi e colaboradores, em trabalho feito com mulheres com e sem disfunção ovariana.
Diante do conteúdo exposto, pode-se concluir que ainda faltam informações precisas, esclarecendo a relação do bisfenol A na etiologia da obesidade, tanto na exposição pré-natal quanto na vida adulta. Estudos em humanos estão limitados a amostras pequenas e em sua maioria avaliam a excreção urinária de BPA em um único momento do dia.
Diabetes: Um estudo recentemente publicado na (Nature Reviews Endocrinology) associou o BPA ao risco de Diabetes mellitus tipo 2. A conclusão surgiu após a revisão de mais de 90 estudos que envolvem o BPA e outros componentes químicos tóxicos ao organismo. Roedores alimentados com uma dieta acrescida de BPA desenvolveram resistência à insulina e perderam a capacidade de manter níveis normais de glicose (um sinal de alerta para o desenvolvimento do diabetes tipo 2).
Um dos estudos feito em 2010 indicou que ratas prenhas transmitiram esse risco aos filhotes.
Pesquisas similares envolvendo seres humanos apresentaram poucos resultados consistentes. Porém, uma análise feita nos EUA entre 2003 e 2004 com quase 1.500 pessoas mostrou que indivíduos com presença de BPA na urina tinham cerca de três vezes mais risco de ter diabetes tipo 2. Embora os autores digam que são necessários estudos epidemiológicos mais amplos para estabelecer a conexão entre o BPA e a doença, eles argumentam que já existe evidência suficiente para recomendar que a substância seja evitada. Para acessar: http://www.nature.com/nrendo/journal/vaop/ncurrent/full/nrendo.2011.56.html
Doenças cardiovasculares: Pesquisadores da Universidade de Exeter e Peninsula Medical School descobriram mais evidências de uma ligação entre a exposição ao BPA e doença cardiovascular. A pesquisa (Association of Urinary Bisphenol A Concentration with Heart Disease: Evidence from NHANES 2003/06) avaliou dados do estudo populacional NHANES 2005-2006, relativo aos EUA e seus resultados foram publicados pela revista online, PlosOne. Para acessar: http://www.ecodebate.com.br/2010/01/19/estudo-confirma-ligacao-do-bisfenol-abpa-a-doencas-cardiovasculares-em-adultos-por-henrique-cortez
Distúrbios psiquiátricos: De acordo com reportagem (BPA in the womb shows link to kids’ behavior) de Janet Raloff, na edição online do Science News, de 06/10/2009, as meninas que tiveram exposição pré-natal ao BPA, no início da gravidez, mostraram-se mais agressivas que os meninos, além de índices maiores de ansiedade. De acordo com o Science News, esta é a primeira pesquisa a associar a exposição a um contaminante ambiental aos problemas de comportamento diferenciado por gênero. Para acessar: http://www.sciencenews.org/view/generic/id/48065/title/Science_%2B_the_Public__BPA_in_the_womb_shows_link_to_kids%E2%80%99_behavior
Distúrbios sexuais: Testes conduzidos em uma espécie de camundongo selvagem indicaram novos riscos para o ambiente, e talvez para a saúde, ligados ao BPA. O consumo de níveis supostamente seguros da molécula fez com que camundongos machos ficassem com sua capacidade de localização espacial prejudicada. Além disso, as fêmeas da espécie passaram a esnobá-los, como se soubessem que havia algo de errado com os bichos. Os achados estão na revista "PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA, e foram obtidos por Cheryl Rosenberg e seus colegas da Universidade do Missouri. Os pesquisadores demonstram cautela na hora de relacionar os resultados com possíveis efeitos sobre meninos humanos, mas afirmam que é preciso levá-los em conta e continuar os estudos.
Asma: No estudo (Maternal Bisphenol A Exposure Promotes the Development of Experimental Asthma in Mouse Pups), pesquisadores expuseram ratas prenhas ao BPA, em dosagens proporcionais a uma mulher grávida, ao longo da gestação e do período de amamentação, identificando que a exposição aumentou o risco do desenvolvimento de asma. A pesquisa foi publicada na edição de fevereiro da revista Environmental Health Perspectives. Para acessar: http://ehsehplp03.niehs.nih.gov/article/fetchObjectAttachment.action?uri=info%3Adoi%2F10.1289%2Fehp.0901259&representation=PDF
Efeito neurotóxico: Pesquisadores da Yale School of Medicine comprovaram que o bisfenol-A (BPA) pode afetar primatas, tendo observado que ele produziu danos neurológicos em macacos. É a primeira evidência de que o BPA pode afetar a saúde de primatas e, por consequência, também os humanos. A pesquisa foi publicada na edição online da PNAS, Proceedings of the National Academy of Sciences. O estudo “Bisphenol A prevents the synaptogenic response to estradiol in hippocampus and prefrontal cortex of ovariectomized nonhuman primates“, publicado na revista online PNAS, 10.1073/pnas.0806139105, está disponível para acesso integral no formato HTML. Para acessar o estudo clique aqui. Para acessar: http://www.pnas.org/content/105/37/14187.full
Câncer de mama: Estudo (State of the Evidence The Connection Between Breast Cancer and the Environment) sugere que produtos químicos encontrados em praticamente tudo, de pesticidas aos plásticos para produtos de higiene pessoal, ‘imitam’ ou alteram o hormônio estrógeno. Dentre estes produtos químicos destacam-se os controversos ftalatos e o BPA.
Os pesquisadores analisaram 400 estudos epidemiológicos e experimentais. De acordo com a pesquisa, a exposição a substâncias químicas comuns encontradas em garrafas plásticas de água, mamadeiras e embalagens de alimentos podem ser ligados ao desenvolvimento de câncer de mama, ao longo da expectativa de vida. Para acessar: http://www.ijoeh.com/index.php/ijoeh/article/view/858
Outros tipos de cânceres: Uma outra pesquisa recente (Oral Exposure to Bisphenol A Increases Dimethylbenzanthracene-Induced Mammary Cancer in Rats) realizada na Universidade do Alabama em Birmingham (UA), agrega novas informações e preocupações. O Dr. Coral Lamartiniere, descacado toxicologista e cientista sênior no Comprehensive Cancer Center, da UA, concluiu que os baixos níveis de BPA, quando administrados via oral a roedores, causou tumores e alterações genéticas compatíveis com fases iniciais de câncer. Para acessar: http://www.ehponline.org/members/2009/11751/11751.pdf
Alterações cromossomiais: De acordo com pesquisa da Escola de Medicina de Harvard, o BPA causa a infertilidade em vermes podendo matar embriões. A exposição ao químico também danificou a integridade de cromossomos e causou a morte de células. Cromossomos do grupo de controle permaneceram normais, já os cromossomos no grupo exposto ao BPA se apresentaram frágeis e fragmentados. A consequência foi a morte de embriões e vermes menos férteis na pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. Para acessar: http://www.otaodoconsumo.com.br/perigos-do-bpa/harvard-diz-que-bisfenol-a-tambem-compromete-a-formacao-de-cromossomos
Síndrome do ovário policísticos: Recente estudo feito pela Escola Médica de Athenas e enviado para publicação na edição de Março do Jornal de Endocrinologia clínica e Metabolismo, evidenciou altos níveis de BPA em mulheres com síndrome do ovario policístico (SOP) quando comparado ao grupo de mulheres sadias (grupo controle). Além dos níveis de BPA elevados, também foram detectados altas concentrações de testosterona e androstenediona. O aumento da produção de androgênios, como é vista na SOP interfere na detoxificação do BPA pelo fígado, levando ao acúmulo de BPA no sangue. A conclusão final do estudo foi que o BPA-A pode ser mais prejudicial às mulheres que já apresentam desequilíbrios hormonais e alterações relacionadas à fertilidade, como os encontrados na SOP. O coordenador da pesquisa foi categórico ao firmar que portadoras de SOP devem estar cientes dos riscos potenciais do BPA, evitando o consumo diário de alimentos ou bebidas armazenadas em recipientes de plástico.
Endometriose: Com relação à Endometriose, o principal estudo feito até o momento foi publicado em 2009, nele investigaram as concentrações séricas de BPA-A e BPA-B no sangue de 58 mulheres com endometriose e 11 mulheres férteis sem a doença. O Bifesnol foi encontrado em 63,8% das mulheres com endometriose, porém nenhuma das mulheres do grupo controle tinham BPA no sangue, o que sugere uma importante relação entre a exposição ao bisfenol A ou B e a endometriose.
A interação entre o BPA com o receptor do hormônio estrogênio parece ativar a produção de um tipo de estrogênio, o 17-beta-estradiol e também aumenta a ação de uma enzima chamada aromatase, que leva a formação de mais estrogênios. Por outro lado, como os pesquisadores gregos afirmaram, o BPA também leva ao aumento da produção de androgênios.
Infertilidade masculina e disfunção erétil: Há diversos estudos mostrando que a exposição ao BPA diminui a contagem de espermatozóides de camundongos, além de inteferir na ereção. Uma pesquisa recente feita com 130 operários chineses expostos diariamente a altos níveis BPA e outros 88 trabalhadores livres dessa substância revelou que os primeiros apresentavam baixa contagem de esperma entre duas e quatro vezes mais que o segundo grupo. Já uma pesquisa inédita, realizada por pesquisadores da University of Michigan, Harvard School of Public Health e Massachusetts General Hospital, sugere que o bisfenol-A pode afetar os níveis de hormônios em seres humanos de maneira semelhante às alterações, já comprovadas, em animais.
O estudo mediu a concentração de bisfenol-A na urina de 167 homens recrutados através de uma clínica de infertilidade em Massachusetts e determinou os níveis de hormônio no sangue. Os pesquisadores descobriram que homens com maior taxa de BPA no sangue tinham também uma maior taxa de hormônio estimulante folicular (FHS) e menores taxas de foliculina. Elevadas taxas de FSH e baixas taxas de foliculina já foram associadas a uma menor qualidade de esperma em humanos. A pesquisa ainda mostrou uma redução na proporção entre estrogênio e testosterona, possivelmente, refletindo uma anormalidade na produção ou eliminação desses hormônios. Além disso, uma menor taxa do hormônio estimulante da tiróide foi observada quando os números de múltiplas análises de BPA foram feitas para estudar a exposição, sugerindo uma excessiva produção do hormônio da tiróide (conhecido como efeito hipertireoidite). Os resultados desse estudo são apoiados por estudos feitos com animais que mostram níveis de hormônios alterados pela exposição ao BPA. Para acessar: http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2009/11/10/AR2009111017411.html
Prevenção
Talvez a prevenção seja a principal parte. Muitos dos meus pacientes que acompanham meu blog ficam preocupados com o tema devido a quantidade de artigos que posto sobre. Felizmente quase que semanalmente estão sendo publicados artigos sobre o BPA e com isso os pacientes chegam afoitos ao consultório pra dosar BPA e descobrir maneiras de não se contaminar. Como a dosagem de BPA só se faz em grandes centros de pesquisa, não é usual na prática-clínica, infelizmente.
Portanto a melhor maneira é a prevenção de uma nova contaminação. Como o BPA é um composto utilizado na fabricação do policarbonato, um tipo de plástico, a maioria dos utensílios de plástico o tem na sua composição, visto que quando adicionado ao policarbonato confere transparência e maior rigidez. Ele também é encontrado no forro interno de enlatados (bebidas e alimentos) a fim de se evitar a ferrugem, materiais dentários (selantes dentais) , materiais automotivos e até mesmo no papel de extratos bancários.
Tenho 9 dicas principais para evitar a contaminação:
1) Optar por produtos orgânicos;
2) Limpar (tirar o pó) da casa frequentemente evitando exposição a produtos químicos quem além de terem o BPA podem levar na composição inúmeros contaminantes ambientais que não possuem estudos bem estabelecidos relacionados a nocividade para saúde humana;
3) Lavar bem as mãos antes de comer;
4) Escolher os produtos de higiene que contenham menos ingredientes tóxicos;
5) Substituir talheres e recipientes de plástico (tapware, garrafas) ou alumínio pelos de aço inox (no caso dos talheres) ou vidro;
6) Evitar utilizar plásticos, optanto sempre que possível por utensílios de vidro (são mais ecologicamente corretos, pelo vidro ser 100% reciclável). No fundo dos recipientes há geralmente o número que identifica quais componentes entraram na composição daquele plastico, o número do BPA é o 7 ou as letras PC.
7) Evitar aquecer no fogão ou microondas recipientes de plástico que contenham bebida ou alimento dentro.
8) Mamadeiras, chupetas e copos de plástico que estejam arranhados devem ser descartados pois segundo estudos há maior risco de liberarem o BPA. O plástico quando aquecido libera mais facilmente o BPA. Se a criança utiliza mamadeiras, utilize as versões sem BPA.
9) Evite congelar alimentos em recipientes de plástico, facilita a liberação do BPA.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
O estudo apontou que os sabores dos alimentos ingeridos pela mãe passaram para o bebê pelo líquido amniótico. Alimentos como baunilha, cenouras, alho, anis e menta são alguns dos que passaram da mãe para o bebê, revelou Julie Mennella, uma das responsáveis pela pesquisa, ao Daily Mail. Para comprovar a teoria, os pesquisadores deram cápsulas de alho ou açúcar para as mulheres antes de realizarem um exame de líquido amniótico de rotina. Eles então pediram para voluntários cheirarem as amostras e apontarem quais eram das mulheres que tinham comido alho.
Para eles, o feto consegue “sentir o gosto” do alimento, já que sua sensibilidade depende 90% do cheiro. E isso faria com que a criança guardasse a informação até a hora de ser apresentado aos alimentos sólidos. A pesquisadora Linda Bartoshuk, da Universidade da Flórida, afirma que a pesquisa pode fazer com que as crianças tenham uma alimentação mais saudável no futuro, com gostos para alimentos mais saudáveis desde a gestação.
Durante o estudo, pesquisadores pediram para que as gestantes se dividissem em três grupos: aquelas que tomavam suco de cenoura todos os dias, aquelas que só tomaram o suco durante a amamentação e aquelas que evitaram comer o alimento. Quando os bebês foram apresentados aos alimentos sólidos, aqueles cujas mães tomaram suco de cenoura durante a gestação e amamentação comeram mais cereais de cenoura do que o outro grupo.
Dra. Evellen Lima
Nutricionista em Maringá
3024-2781
9941-5530
2. Aumente o conteúdo de fibra das receitas: Aumentar o teor de fibras de seus pratos, adicionando, por exemplo fibra de trigo, linhaça, e optando por produtos que contêm fibras ao invés de refinado. Por exemplo, escolher um pão de trigo integral, em vez de habituais pães de farinha refinada, use macarrão de trigo integral e macarrão, em vez de os feitos de farinha refinada (moida).
3. Sirva suas saladas com estilo: Só o corte fatias ou cubos de vegetais crus fará sua família se sentir entediado de comer saladas. Portanto, tente usar uma variedade de receitas para tornar suas saladas mais interessante. Use uma variedade de vegetais, brotos e, por vezes, alguns frutos da época.
4. Use métodos alternativos de cozimento: grelhar, assar, e refogar são melhores métodos de cozimento e requerem pouca quantidade de óleo.
5. Escolha o seu menu com sabedoria: Certifique-se de incluir todos os grupos de alimentos todos os dias para incorporar todas as variedades de nutrientes na sua dieta. Escolha vegetais que são brilhantes em cores como vermelho, amarelo e verde! Essas frutas e vegetais são ricos em antioxidante, portanto, protegem sua família contra o estresse, infecções e outros problemas de saúde.
6. Utilize leite e iogurte: Utilize leite e iogurte para molhos, ajudará no aumento da proteína das suas refeições.